Muitos pais se preocupam com a criação dos seus filhos e eles pensam que o melhor que eles podem oferecer é dinheiro, são bens materiais, uma casa boa para morar, tudo quanto é tipo de brinquedo… então eles trabalham feito loucos (12, 14 horas por dia de domingo a domingo) para poder comprar tudo isso. E se esquecem que mais importante do que deixar uma herança, nós temos que deixar um legado! Você sabe qual é a diferença entre herança e legado? Em muitos dicionários eles vão dizer que é a mesma coisa. Só que tem uma grande diferença: a herança é tudo aquilo que nós vamos deixar para os nossos filhos depois que nós morrermos, são coisas naturais, são bens e riquezas materiais (Carros, casas, dinheiro na conta bancária…)… e o legado nos fala de coisas imateriais (São princípios, são valores, bom caráter, é o nosso próprio exemplo de vida). Nós temos que deixar sim na medida do possível uma herança. Só que mais importante do que uma herança, nós temos que deixar um legado (O exemplo de um homem de Deus, apaixonado por Jesus, cheio de fé, que serviu ao Senhor de todo coração, o exemplo de um bom marido, de um bom pai e que elas levem esse exemplo para vida delas). Vamos ver alguns princípios para deixarmos esse legado poderoso na vida dos nossos filhos!
O primeiro princípio é: sempre reafirme a identidade dos seus filhos, não importa o que aconteça. A Bíblia diz o seguinte lá em Lucas 15:17-24: “Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.” A Bíblia diz que um belo dia o filho resolveu pegar a herança do pai ainda em vida e sair de casa. E depois que ele gastou tudo o que ele tinha (Com farras, mulheres, bebedeiras, amigos…) ele pensou o seguinte: “Eu estou aqui sem dinheiro nenhum, estou passando fome, não tenho aonde cair morto! Eu vou voltar e vou pedir um emprego para o meu pai! Ele é um bom patrão então eu vou estar muito melhor do que eu estou hoje!”. Perceba que o desejo dele era voltar para ser apenas um funcionário. Se ele conseguisse isso já era lucro demais para ele. Mas o que foi que o pai fez? O pai contratou ele? O pai deu uma enxada na mão dele e disse “Vai trabalhar porque tem muito serviço para fazer?”. De jeito nenhum. A Bíblia diz que o pai correu em direção a ele, abraçou, beijou… mandou trazer uma roupa nova, mandou trazer sandálias para por nos pés, colocou um anel no dedo, fez uma grande festa e disse “Vamos nos alegrar porque o meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado!”.
Em outras palavras, o que o pai estava fazendo aqui? Ele estava reafirmando a identidade do filho dele! Na cabeça do filho ele poderia ser no máximo só um funcionário! Mas o pai fez questão de dizer “Você não é funcionário coisa nenhuma! Você é meu filho amado! Você é sangue do meu sangue e nada vai mudar isso!”. E é justamente dessa forma que nós temos que fazer! Por mais que os nossos filhos aprontem, por mais que eles deem trabalho, desobedeçam, FAÇA questão de dizer para eles “Não importa o que aconteça você é meu filho e nada vai mudar o amor que eu tenho por você!”. E o interessante é que a gente vê esse princípio de uma maneira muito clara em Mateus 3 e 4. No capítulo 3 a gente vê Jesus sendo batizado nas águas e a Bíblia diz que nessa hora o céu abriu, o Espírito Santo desceu sobre Ele na forma de pomba e ouviu-se uma voz do céu que dizia “Este é o meu filho amado em quem me comprazo”. Depois no capítulo 4, Jesus foi levado ao deserto para ser tentado e o tempo inteiro o diabo ficava questionando a identidade de Jesus “Se és filho de Deus manda que essas pedras se transformem em pães! Se és filho de Deus atira-te daqui para baixo!”. Você consegue perceber a diferença? Deus REAFIRMOU a identidade de Jesus (Mesmo quando Ele ainda não tinha feito nada; Ele ainda não tinha feito milagres; não tinha discípulos; não tinha começado o ministério dEle e o Pai já estava dizendo “Este é o meu filho amado e eu tenho prazer em você!”) e o diabo ficava QUESTIONANDO a identidade de Jesus. Você reafirma ou você questiona a identidade dos seus filhos? Os seus filhos sabem que eles são amados? Eles sabem que não importa o que aconteça você vai continuar amando eles? Está claro isso para eles?
Um outro princípio espiritual (que está ligado a esse primeiro) é: abra a sua boca apenas para abençoar os seus filhos e nunca para amaldiçoar. Você já parou pensar no nível de influência que você tem na vida deles? Você já parou para avaliar o poder que as suas palavras tem na vida deles? Esses dias eu entendi isso de verdade quando a minha filha do meio disse que não precisava pesquisar nada no Google porque o pai dela sabe de tudo (Então qualquer coisa que ela precisa saber é só me perguntar). E isso me fez pensar no nível de influência que eu tenho na vida dela (Tudo o que eu falar ela vai receber como uma verdade). E por um lado isso é bom, porque significa que eu tenho a confiança dela. Mas por outro lado isso revela a responsabilidade que eu tenho com as minhas palavras. A Bíblia diz o seguinte lá em Tiago 3:4-5: “Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!”. Olha só o que Tiago está dizendo aqui para nós: que a nossa língua é como se fosse o leme de um navio (Ela é um órgão muito pequeno se comparado ao restante do corpo, mas que tem poder de direcionar toda a nossa vida). A Bíblia está falando aqui sobre a nossa própria vida; só que isso vale para os nossos filhos também: tudo aquilo que você fala vai direcionar a vida deles.
E é por isso que a gente tem que ter muito cuidado com aquilo que nós falamos. POR EXEMPLO: se você fala que eles são rebeldes eles vão receber essa informação como verdade (Lembra da confiança que eles tem em você? Você é o sabe tudo. Tudo o que você fala é a verdade) então, se você diz que eles são rebeldes eles vão acreditar nisso e vão agir como rebeldes; se você diz que eles são desobedientes, eles vão acreditar no que você está falando e vão ser desobedientes; se você diz que eles não vão ser nada na vida quando crescerem (Assim como infelizmente muitos pais afirmam por aí), advinha o que vai acontecer? Eles não vão ser nada na vida! POR ISSO APRENDA A PROFETIZAR COISAS BOAS! Aprenda a liberar palavras de bênçãos na vida dos seus filhos! Diga para eles (Cheio de convicção) que eles são homens e mulheres de Deus, que eles são cheios do Espírito Santo, que eles são obedientes e abençoados com toda sorte de bençãos, que eles vão ter uma família abençoada, casamentos abençoados, que eles vão ser bem sucedidos sim profissionalmente, bem sucedidos nos estudos, que os filhos deles vão ser abençoados também, que eles vão chegar em lugares que você nunca conseguiu chegar… “Ah! Mas eu não estou vendo nada disso!”. E você não precisa ver mesmo! Isso é fé! É crer mesmo sem ver! É como uma semente que é lançada no solo: a princípio você não vê nada, parece que nada está acontecendo, mas ela está lá debaixo da terra crescendo, germinando, fincando as suas raízes e vai ter uma hora que ela vai começar a sair da terra e você vai ver a colheita! Vocês são autoridade na vida dos seus filhos, se vocês não abençoarem eles, se vocês não lançarem a semente na vida deles, ninguém mais vai fazer! ESSA RESPONSABILIDADE É SUA!
Em terceiro lugar, aprenda a disciplinar os seus filhos. A Bíblia diz o seguinte em Hebreus 12:5-11: “e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.” Olha o que a Bíblia está dizendo aqui para nós: que Deus disciplina porque nós somos filhos dEle e porque Ele nos ama (E o alvo dessa disciplina não é a destruição mas é a benção).
E é importante eu falar sobre isso porque na cabeça de muita gente, só porque nós vivemos debaixo da Graça, não existe mais disciplina. E ISSO ESTÁ ERRADO. Na Nova Aliança não existe mais maldição como na Velha Aliança (Lembra do que a lei diz? Que o Senhor iria visitar a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta gerações. Que os pais iriam chupar uvas verdes e a boca dos filhos iriam embotar. ISSO É MALDIÇÃO! É VOCÊ COLHER CONSEQUÊNCIAS DE ERROS QUE OS SEUS PAIS COMETERAM! E NÃO EXISTE MAIS. A Bíblia diz que Jesus levou todas as nossas maldições). Só que ainda assim existe disciplina! E por que Deus disciplina? Porque nós somos filhos, porque Ele nos ama e Ele quer nos ensinar. E a mesma coisa precisa acontecer em relação aos nossos filhos: se você ama os seus filhos, se você se preocupa com eles você tem que disciplinar sim (Você não pode ser negligente com os erros deles). E a grande questão é: será que nós estamos fazendo da maneira certa? Os seus filhos sabem porque estão sendo disciplinados (Você explica para eles o porque eles estão apanhando, porque estão ficando de castigo? Ou eles só enxergam o chinelo vindo do nada na direção deles?); quando você vai disciplinar você trata a pessoa ou o comportamento da pessoa?
Lembra do que eu disse? Nós JAMAIS questionamos identidade (Quem faz isso é o diabo), nós reafirmamos a identidade. É por isso que quando nós vamos disciplinar a gente trata a atitude e não a pessoa em si. A gente nunca chega dizendo “Você vai apanhar porque VOCÊ É DESOBEDIENTE! Porque VOCÊ É UM MAU ALUNO NA ESCOLA!”. A gente diz “Você está sendo disciplinado porque você AGIU da maneira errada! Porque esse comportamento não combina com você!”. Percebe a diferença? E o objetivo da disciplina é para ensinar aos nossos filhos que existem limites e que esses limites são seguros. Graças a Deus isso não faz parte da nossa realidade. Mas em países que vivem em guerra, é comum você ter muitos campos minados (Áreas enormes cheias de minas que podem explodir a qualquer momento). Então o que eles fazem? Eles veem com uns tratores enormes, com aqueles rolos compressor e vão passando por cima dessas áreas (Se explodir alguma coisa não tem problema porque a máquina é muito pesada). E depois que eles explodem todas as minas eles colocam limites, eles colocam faixas ao redor daquele lugar. E por que eles fazem isso? Para mostrar às pessoas que podem andar por ali sem medo, para mostrar que ali é seguro. E ESSA É A NOSSA FUNÇÃO: colocar essas faixas (Limites) na vida dos nossos filhos; mostrar para eles “Até aqui é seguro! Até aqui você pode ir! Passando dessa linha pode acontecer alguma coisa ruim!”. Esse tem que ser o nosso encargo ao disciplinar. Por isso não tenha receio de por limites! Você faz isso porque você ama e quer proteger!
E por fim, deixe um legado de fé para os seus filhos. O pastor Aluízio conta que há muitos anos atrás ele foi visitar uma família no interior de Goiás e estava tendo uma festa na cidade. E a filha adolescente desse casal queria porque queria ir. E TEVE UM CONFLITO: porque o pai dizia que ela só ia por cima do cadáver dele e a mãe dizia que tinha que deixar ir para ver se ela desencanta disso logo. Quem está certo nessa história? Os dois. O pai está certo em dizer que ela não deve ir e a mãe está certa em dizer que ela tem que ir para desencantar logo. Como resolver essa questão? Vamos supor que uma criança de um ano e meio pega uma faca na cozinha. Você pode ter duas atitudes: sair correndo e dizer “Não menino larga isso daí!” ou dizer “deixa ele brincar porque logo logo ele enjoa e deixa de lado”. Só que as duas abordagens são perigosas! Porque na primeira a criança pode assustar e se cortar! E na segunda ela pode se cortar também! Como resolver isso? Eu vou te dizer: mostrando algo melhor para aquela criança! Chegando com um chocolate na mão e dizendo “Quer trocar? Você me dá a faca e eu te dou o chocolate!”.
E sabe o que a gente tem que fazer com os nossos filhos? Mostrar que tem algo melhor para eles! Mostrar o chocolate de Jesus para eles! Mostrar para eles que existem um caminho muito melhor e muito mais elevado! Eu não estou aqui domingo após domingo para proibir você de alguma coisa ou dizer que você pode tudo. Eu estou aqui para te mostrar algo melhor. E ESSE É O MAIOR LEGADO QUE NÓS PODEMOS DEIXAR PARA OS NOSSOS FILHOS: mostrar que Jesus é muito melhor do que qualquer outra coisa que esse mundo pode oferecer! Você pode não ter uma conta recheada de dinheiro para deixar para os seus filhos, você pode não ter imóveis espalhados pelos Estados Unidos para deixar como herança. Só que a coisa mais importante que você pode deixar para eles é o legado. O legado de um bom pai, de um bom marido, de um homem de Deus, de alguém que é cheio do Espírito Santo, que serve ao Senhor, de um homem de oração… De que maneira você quer ser lembrado pelos seus filhos depois que você morrer? Qual é o legado que você quer deixar para eles?