Não Abaixe os Braços

Na semana passada os líderes de célula decidiram fazer algo diferente. Nós sempre oramos por cada um de vocês, porque amamos vocês, temos encargo pela vida de vocês, pela sua casa e pela sua família. O nosso desejo é ver cada um avançando, prosperando, sendo abençoado e conquistando os seus sonhos. Mas entendemos que precisávamos intensificar a nossa intercessão. Por isso, a partir de agora, toda primeira semana do mês vamos orar juntos às 5h da manhã e jejuar. Vamos dedicar esse tempo exclusivamente a Deus, intercedendo pela vida de vocês.

E por que decidimos isso? Porque sabemos que não podemos abaixar os braços. Pelo contrário, precisamos permanecer com os braços erguidos em oração.

A Bíblia nos mostra isso em Êxodo 17:11-13:

“Quando Moisés levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, abaixava a mão, prevalecia Amaleque. Ora, as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra e a puseram por baixo dele, e ele nela se assentou; Arão e Hur sustentavam-lhe as mãos, um de um lado e o outro, do outro; assim lhe ficaram as mãos firmes até ao pôr-do-sol. E Josué desbaratou a Amaleque e a seu povo a fio de espada.”

Esse texto nos mostra uma cena poderosa: o povo de Deus estava lutando contra os amalequitas, Josué liderava o exército no campo de batalha, mas a vitória não dependia apenas da espada dele. Dependia das mãos de Moisés erguidas no monte. Enquanto Moisés mantinha as mãos levantadas, Israel prevalecia. Quando abaixava, o inimigo ganhava força. Esse episódio nos ensina pelo menos três verdades fundamentais.

1. As guerras são vencidas com as mãos erguidas

Levantar as mãos em oração é sinal de rendição. Assim como um policial pede que alguém levante as mãos para mostrar que está rendido, quando nós levantamos as mãos diante de Deus estamos dizendo: “Senhor, eu me rendo. Eu dependo totalmente de Ti!”.

Salomão entendeu isso. Em 1 Reis 8:22-23 está escrito:

“Pôs-se Salomão diante do altar do SENHOR, na presença de toda a congregação de Israel; e estendeu as mãos para os céus e disse: Ó SENHOR, Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra, como tu que guardas a aliança e a misericórdia a teus servos que de todo o coração andam diante de ti.”

Ao erguer as mãos, Salomão reconhecia sua incapacidade de governar sozinho e declarava sua dependência de Deus. Moisés fazia a mesma coisa no monte: ao levantar as mãos, estava declarando que a vitória não vinha da espada de Josué, mas do Senhor.

Martinho Lutero entendeu esse princípio. Ele dizia: “Tenho tanta coisa para fazer hoje que, se não passar pelo menos três horas em oração, não conseguirei realizar nada direito.” Ele sabia que a vitória não dependia de sua capacidade, mas da intervenção de Deus.

Nós também enfrentamos guerras: lutas dentro de casa, no casamento, com os filhos, no trabalho, com o futuro. É claro que temos que fazer a nossa parte, mas a vitória vem de Deus. A Palavra nos lembra em Zacarias 4:6:

“Não por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.”

2. Nem sempre é fácil permanecer com os braços erguidos

O versículo 12 de Êxodo 17 diz:

“Ora, as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra e a puseram por baixo dele, e ele nela se assentou; Arão e Hur sustentavam-lhe as mãos, um de um lado e o outro, do outro; assim lhe ficaram as mãos firmes até ao pôr-do-sol.”

Moisés não conseguiu sozinho. Precisou de ajuda. E nós também. Nem sempre é fácil orar. Tem dia que estamos animados, mas tem dia que o cansaço fala mais alto. Tem dia que a correria nos sufoca, ou que as pressões espirituais tentam nos paralisar. E isso é normal. Porque o inimigo sabe que quando a igreja ora, a igreja prevalece.

A Bíblia mostra isso em Atos 4:23-31. Pedro e João haviam sido perseguidos por causa da cura do coxo, mas ao serem soltos, se reuniram com a igreja e oraram unânimes. O texto diz:

“Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.” (Atos 4:31)

Perceba: a resposta veio porque eles não deixaram de orar.

Lucas também nos dá um detalhe sobre o batismo de Jesus. Em Lucas 3:21 está escrito:

“E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus; e, estando ele a orar, o céu se abriu.”

O céu se abriu enquanto Jesus orava. Isso nos mostra que oração abre céus. E é por isso que o inimigo tenta nos impedir de orar.

Sozinhos, podemos até fraquejar, mas juntos nos fortalecemos. Assim como Arão e Hur sustentaram as mãos de Moisés, na célula nós sustentamos uns aos outros em oração.

3. Algumas batalhas duram até o pôr-do-sol

Êxodo 17 faz questão de registrar que Moisés permaneceu até o pôr-do-sol. Isso significa perseverança. Não foi uma oração rápida, foi constância. Algumas respostas vêm rápidas, mas outras exigem insistência.

Jesus contou em Lucas 18:1-8 a parábola da viúva persistente, para ensinar que devemos orar sempre e nunca esmorecer. A viúva importunava o juiz até ser atendida. Jesus conclui:

“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que depressa lhes fará justiça.” (Lucas 18:7-8)

Elias também perseverou. Em 1 Reis 18:42-44, orou sete vezes até que uma pequena nuvem apareceu, trazendo a chuva que Israel precisava.

Daniel é outro exemplo. Em Daniel 10:12-13 lemos:

“Desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias…”

A resposta foi liberada desde o primeiro dia, mas só chegou após 21 dias de perseverança em oração.

Isso nos ensina a não desistir. George Müller, homem de Deus no século XIX, orou pela conversão de cinco amigos. Um se converteu após 5 anos, outro após 10, outro após 25, outro após 50, e o último depois que ele já tinha morrido. Isso é orar até o pôr-do-sol.

Hebreus 10:36 nos diz:

“Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa.”

A palavra hoje é clara: não abaixe os braços. Algumas vitórias são rápidas, outras exigem constância, mas todas vêm do Senhor. Na nossa célula, queremos ser como Arão e Hur: apoiar uns aos outros, sustentar os braços uns dos outros. Que nunca falte oração entre nós. Não desista no meio da luta. Permaneça orando. No tempo certo Deus vai agir, e a vitória vai se manifestar.